OS GUARANIS MISSIONEIROS E A "INDÚSTRIA" DA GUERRA: COMUNIDADES INDÍGENAS E TRABALHO NAS MISSÕES DURANTE AS INDEPENDÊNCIAS DAS COLÔNIAS DO RIO DA PRATA
Resumo
Esta comunicação tem como objetivo apresentar as características sócio-profissionais referentes aos guaranis das Missões Orientais com base na Lista de Ocupações de Todas as Pessoas Empregadas na Província de Missões, redigida em 1810. O documento foi elaborado durante a administração do comandante Francisco das Chagas Santos o qual pretendia recrutar trabalhadores, fossem índios ou portugueses, para defesa do território missioneiro tomado da Espanha e anexado aos domínios da Coroa Portuguesa pelos luso-brasileiros em 1801. A região se via ameaçada em virtude da onda revolucionária provocada pela independência das províncias do rio da Prata iniciada em maio de 1810. Utilizando a perspectiva quantitativa, foram analisados os 1638 sujeitos recenseados entre os quais eram 1372 (83%) guaranis, 233 (14%) portugueses e 53 (3%) escravos. Junto desta análise foram agregados outros dados retirados da Relação de Soldo a se Pagar ao Regimento Guarani o que possibilitou medir o impacto da guerra sobre os índios, bem como, evidenciar a participação destes sujeitos, como trabalhadores que alimentavam o esforço de guerra luso-brasileiro e como milicianos das tropas de defesa do território missioneiro. Conclui-se que foi a exploração da mão-de-obra dos índios guaranis que garantia a geração dos recursos destinados à logística de guerra, o que levou a exaustão econômica dos povos missioneiros.Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
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