FATORES (IN)CONSCIENTES QUE INFLUENCIARAM UMA ÍTALO-BRASILEIRA A USAR PROGRESSIVAMENTE O PORTUGUÊS EM DETRIMENTO DA VARIEDADE ITALIANA
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Resumo
Com o presente artigo buscou-se compreender os fatores (in)conscientes que influenciaram a decisão de uma ítalo-brasileira com hoje 90 anos, cuja língua materna foi uma variedade italiana, a usar progressivamente com mais dominância, o português em detrimento de sua primeira língua. Investigou-se de que forma a língua instituída como língua nacional, no caso o português, foi gradualmente ganhando mais espaço e dominância na vida do informante desta pesquisa. A metodologia utilizada foi gravação audiovisual da aplicação do questionário (meta)linguístico e análise dos dados. As motivações que fizeram com que uma analfabeta saísse de sua "zona de conforto" e aprendesse uma nova língua, foram distintas em cada período de sua vida: Primeiramente foi o medo da punição empregada aos que não falassem o português no Brasil na década de 30 durante o Estado Novo, sob o governo de Getúlio Vargas, levando-a a usar português em contatos sociais e a variedade italiana no seio familiar. Em conjunto a isso, havia o receio em ofender os que eram apenas falantes de português ao usar a variedade. Posteriormente, com o nascimento dos filhos, a motivação em usar o português surgiu da preocupação de que estes tivessem uma vida escolar bem sucedida, e para isso a variedade não poderia “atrapalhar" o desenvolvimento das habilidades com o português. Neste período, no convívio familiar, tanto a variedade quanto a língua portuguesa eram utilizadas. Com o nascimento dos netos, a preocupação, foi de estreitar laços afetivos, aproximando-se deles com o uso do idioma que compreendiam; a língua portuguesa, passando assim, com a chegada dos netos a usar o português com maior dominância.
Palavras-chave: Bilinguismo; Fatores de substituição linguística; Língua de imigração italiana; Português.
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