Currículo intensivo na universidade

Resumo

A universidade adota currículo extensivo, com base no instrucionismo das aulas vinculadas à transmissão de conteúdos previstos a cada semestre. Esta transmissão é feita de modo horizontal, ou seja, sem aprofundamento verticalizado, já que o domínio de conteúdos é a regra. Os estudantes não conseguem estudar, pesquisar, elaborar, porque gastam seu tempo, primeiro, escutando aulas, e, segundo, reproduzindo o que lhes foi transmitido em aula. Ignoram-se as teorias mais atualizadas de aprendizagem, que indicam a necessidade de atividades como pesquisa e elaboração, produção de textos, argumentar e contra-argumentar, preferir a autoridade do argumento ao argumento de autoridade. O ser humano aprende reconstruindo conhecimento, jamais apenas transmitindo, reproduzindo. Esta exigência encontra hoje base também na biologia do cérebro, que, ao contrário do computador, não reproduz, mas reconstrói conhecimento. O currículo intensivo sugere que é bem mais importante trabalhar um volume menor de conteúdos, desde que se aprimore sua verticalização ou aprofundamento, através de atividades que expressem aprendizagem autêntica. Não basta trabalhar conteúdos. Não é menos relevante saber pensar. Palavras-chave: currículo extensivo; currículo intensivo; aprendizagem reconstrutiva; instrucionismo. Intensive curriculum at the university Abstract The university adopts extensive curriculum, having as main procedure the instruccionism of classes that transmit previewed contents at each semester. This transmission is made in a horizontal manner, that is, without verticalized deepness, since the mastering of contents is the rule. Students don’t reach the chance of studying, researching, elaborating, because they waste their time, first, attending (hearing) classes, and, second, reproducing what was transmitted to them in classes. Theories more actualized of learning are ignored, although they indicate the necessity of activities as research and elaboration, texts production, argumenting and counter-argumenting, preferring the argument authority to the authority argument. Human being learns if he reconstructs knowledge, never only transmitting, reproducing. This claim finds today basis on the biology of the brain, which, on the contrary of computer, doesn’t reproduce, but reconstructs knowledge. Intensive curriculum suggests that it is quite more important to work a smaller volume of contents, since we improve their verticalization or deepening, through activities that express authentic learning. It is not sufficient to work contents. It is not less important to know how to think. Key-words: extensive curriculum; intensive curriculum; reconstructive learning; instruccionism.