CULTURA CAMPONESA E A CONSTRUÇÃO DA AGROECOLOGIA NOS PROCESSOS FORMATIVOS DA EDUCAÇÃO DO CAMPO

  • Vanessa Gonçalves Dias Universidade Federal do Rio Grande do Sul http://orcid.org/0000-0001-8419-9376
  • Juliane Soares Ribeiro Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
  • Dilmar Luiz Lopes Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Palavras-chave: Educação do Campo. Agroecologia. Cultura Camponesa. Processos formativos.

Resumo

Este trabalho tem como objetivo geral apresentar o Projeto de Extensão intitulado “Formação de educadores das escolas dos assentamentos da Reforma Agrária do Rio Grande do Sul/RS” que foi desenvolvido pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST em parceria com a Faculdade de Educação/FACED na Universidade Federal do Rio Grande do Sul/UFRGS no período de 2016 a 2017. Tendo como objetivo aprofundar a discussão do papel da cultura camponesa dos movimentos sociais, da agroecologia e do trabalho cooperativo como eixos articuladores da organização do trabalho pedagógico das escolas do campo. Os sujeitos participantes do projeto foram educadores/as de escolas estaduais e de cooperativas localizadas em assentamentos da Reforma Agrária na Região Metropolitana do Rio Grande do Sul. Desta forma, com base na perspectiva teórico-metodológica da Pesquisa Participante (BRANDÃO, 1986, 2001; JARA, 1990) e da Educação Popular (FREIRE, 1979, 2005; PALUDO, 2001) o projeto realizou-se a partir de encontros mensais de formação. Por fim, destaca-se enquanto avanço o potente processo de apropriação dos pressupostos da Educação do Campo pelos educadores: como a cultura camponesa, o trabalho cooperativo e a agroecologia bem como os limites do próprio processo formativo: a frágil interlocução pratica entre o cotidiano do trabalho pedagógico das escolas do campo com a produção agroecológica dos assentamentos. 

Biografia do Autor

Vanessa Gonçalves Dias, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS na Linha de Pesquisa Trabalho, Movimentos Sociais e Educação. É mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Pelotas PPGE-UFPEL na Linha História e Filosofia da Educação (2014). Licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG (2011). Integrante dos Grupos de Pesquisa: Trabalho, Movimentos Sociais e Educação (TRAMSE/UFRGS); Educação Popular e Movimentos Sociais (MoVse/UFPel). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Trabalho e Educação em espaço formal e não-formal , atuando principalmente nos seguintes temas: educação popular, movimentos sociais, cooperativismo popular, autogestão e educação do campo.
Juliane Soares Ribeiro, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Antropóloga, Setor de Educação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra/MST, Porto Alegre – RS.
Dilmar Luiz Lopes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Filósofo, Professor Adjunto do Departamento de Estudos Básicos na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no Curso Educação do Campo e Ciências da Natureza, Faculdade de Educação - FACED, Porto Alegre - RS.

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Publicado
2018-12-21
Como Citar
DIAS, V. G.; RIBEIRO, J. S.; LOPES, D. L. CULTURA CAMPONESA E A CONSTRUÇÃO DA AGROECOLOGIA NOS PROCESSOS FORMATIVOS DA EDUCAÇÃO DO CAMPO. Expressa Extensão, v. 24, n. 1, p. 153-164, 21 dez. 2018.
Seção
Relatórios