Práticas de biologia celular nas escolas: percepção dos graduandos extensionistas

  • Cristiane Tolentino Machado Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri https://orcid.org/0000-0002-6378-3300
  • Conceição Aparecida dos Santos Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
  • Robson Campos Silva Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Palavras-chave: Biologia celular. Ciências. Ensino fundamental. Extensão universitária.

Resumo

A extensão universitária, dentre outras finalidades, tem o propósito de oportunizar aos graduandos a realização de ações que propiciem uma formação mais ampla e a vivência de situações que poderão ser aplicadas na sua atuação profissional. No presente estudo, foram avaliadas as percepções dos graduandos extensionistas sobre a prática da extensão e seus contributos para a sua formação acadêmica. Os graduandos extensionistas realizaram atividades no formato de oficinas nas escolas públicas do ensino fundamental de Diamantina, Minas Gerais. Na temática de biologia celular, as atividades consistiram em práticas de microscopia, jogos didáticos, modelos tridimensionais, desenhos e vídeos aplicados pelos graduandos extensionistas aos estudantes de ciências da educação básica. De uma forma geral, os graduandos extensionistas valorizaram as atividades de extensão por aproximarem os conhecimentos teóricos e a prática, e proporcionarem a implementação de estratégias diversificadas aos estudantes de ciências na temática de biologia celular. Além disso, reconheceram a importância da extensão por promover a integração com a comunidade escolar e contribuir para a sua formação enquanto futuros professores. As atividades de extensão também proporcionaram aos graduandos extensionistas o desenvolvimento de habilidades fundamentais para a formação acadêmica, independentemente da área de atuação profissional. 

Biografia do Autor

Cristiane Tolentino Machado, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Possui Graduação em Ciências Biológicas pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas, 1995), Mestrado em Morfologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG, 1999), Doutorado em Biologia Celular (UFMG, 2004) e Pós- Doutorado em Tecnologias na Educação pela Universidade de Coimbra (UC, 2018). É professora titular do Departamento de Ciências Básicas da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Atua principalmente nas seguintes áreas: Tecnologias digitais no ensino superior e divulgação e alfabetização científica na educação básica. Profa. Dra. Cristiane Tolentino Machado Professora Titular Departamento de Ciências Básicas Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e MucuriRodovia MGT 367 – Km 583, nº 5000, Alto da JacubaDiamantina/MGCEP 39100-000 
Conceição Aparecida dos Santos, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Viçosa(1998), mestrado em Entomologia pela Universidade Federal de Viçosa(2000) e doutorado em Ciências Biológicas (Biologia Celular e Molecular) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho(2004). Atualmente é Professora Associada- Classe D- Nìvel 3 da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Campus JK e Revisora de periódico da RAÍZES E RUMOS. Tem experiência na área de Zoologia. Atuando principalmente nos seguintes temas:Nasutitermitinae, Filogenia, Glândula Frontal, Termitidae, Isoptera. Profa. Dra. Conceição Aparecida dos SantosDepartamento de Ciências BiológicasFaculdade de Ciências Biológicas e da SaúdeUniversidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e MucuriRodovia MGT 367 – Km 583, nº 5000, Alto da JacubaDiamantina/MGCEP 39100-000
Robson Campos Silva, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Possui graduação em Biologia pela Universidade Federal de Viçosa (1993). Mestrado em Morfologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1996). Doutorado pelo programa de Biologia Celular da Universidade Federal de Minas Gerais (2009). Atualmente é Professor Associado na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Tem experiência na área de Morfologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Morfologia, Biologia da reprodução, Transplante de espermatogônias tronco, Aquicultura. Participa do desenvolvimento e elaboração de ferramentas didáticas e metodologias de ensino que em conjunto objetivam otimizar o processo de aprendizagem nas disciplinas de Histologia e de Embriologia.Prof. Dr. Robson Campos SilvaDepartamento de Ciências BásicasFaculdade de Ciências Biológicas e da SaúdeUniversidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e MucuriRodovia MGT 367 – Km 583, nº 5000, Alto da JacubaDiamantina/MGCEP 39100-000

Referências

AGUIAR, G. M. et al. Análise da utilização de estratégias didáticas no ensino de ciências em escolas de municípios de Pernambuco. Revista Ciência em Extensão, São Paulo, v.13, n.2, p. 163-172, 2017.

AMADO, J. Manual de investigação qualitativa em educação. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2014.

ANDRADE, M. L.; MASSABNI, V. G. O desenvolvimento de atividades práticas na escola: um desafio para os professores de ciências. Ciência & Educação, Bauru, v. 17, n. 4, p. 835-854, 2011.

ARROYO, D. M. P.; ROCHA, M. S. P. M. L. Meta-avaliação de uma extensão universitária: estudo de caso. Avaliação (Campinas, Sorocaba), v. 15, n. 2, p. 135-161, 2010.

CALDERÓN, A. I. et al. Educação superior: construindo a extensão universitária nas IES particulares. São Paulo: Xamã, 2007.

CARVALHO, A. M. P. et al. Ciências no Ensino Fundamental: o conhecimento físico. São Paulo: Scipione, 1998.

COUTINHO, C. P. Metodologia de investigação em ciências sociais e humanas: Teoria e prática. 2. ed. Coimbra: Almedina, 2013.

CRONE I.; MACKAY, K. Motivating today’s college students. Association of American Colleges and Universities, v. 9; n. 1, p. 18-21, 2007.

DUARTE, V. S. et al. “Brincando com a Fisiologia Humana”: relato de uma extensão universitária. Revista Ciência em Extensão, São Paulo, v. 8, n. 1, p. 98-104, 2012.

FADEL, C. B. et al. O impacto da extensão universitária sobre a formação acadêmica em Odontologia. Interface Comunicação Saúde Educação, v. 17, n. 47, p. 937-46, 2013.

FARIAS, E. M. et al. Elaboração e construção de modelo didático para elucidar o sistema ABO no ensino de Biologia. In: Congresso Internacional de Tecnologia na Educação, Anais, Recife: Senac. 2015.

FERREIRA, R. C.; FIORINI, V. M. L.; CRIVELARO, E. Formação profissional no SUS: o papel da atenção básica em saúde na perspectiva docente. Revista Brasileira de Educação Médica, Brasília, v. 34, n. 2, p. 207-15, 2010.

FREITAS, L. A. M. et al. Construção de modelos embriológicos com material reciclável para uso didático. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 24, n. 1, p. 91-97, 2008.

FREITAS, L. M.; ARAÚJO, R. L. Praticando a tríade ensino-pesquisa-extensão no estágio supervisionado de licenciatura em Ciências Biológicas. AMAZÔNIA - Revista de Educação em Ciências e Matemáticas. v. 8, n. 16, p. 186 -197, 2012.

GAO, M.; LIU, Q. Effective teacher attributes: a comparison of American and Chinese secondary teacher candidates’ perceptions. Journal of the International Society for Teacher Education, v. 16, n. 2, p. 9-21, 2012.

GARCEZ, E. S. C.; SOARES, M. H. F. B. Um estudo do estado da arte sobre a utilização do lúdico em ensino de química. Revista Brasileira de Pesquisa e Educação em Ciências, v. 17, n. 1, p. 183–214, 2017.

GASPAR, A. Experiências de ciências para o ensino fundamental. São Paulo: Ática, 2005.

GLEASON, B. L. et al. An active-learning strategies primer for achieving ability-based educational outcomes. American Journal of Pharmaceutical Education, v. 75, n. 9, p. 1-10, 2011. doi:10.5688/ajpe759186

GRECA, I. M.; MOREIRA, M. A. Mental models, conceptual models and modelling. International Journal of Science Education, v. 22, n. 1, p. 1-11, 2000.

GUIMARÃES, V. B. S.et al. Da Escola à Universidade: Ações Educativas do Projeto Microbiota - Explorando um Mundo Invisível. Expressa Extensão, Pelotas, v. 21, n. 2, p. 52-65, 2016.

HALAWAH, I. Factors influencing college students’ motivation to learn from students’ perspective. Education, v. 132, n. 2, p. 379-390, 2011.

HANIFI, N.; PARVIZY, S.; JOOLAEE, S. Motivational journey of Iranian bachelor of nursing students during clinical evaluation: a grounded theory study. Nurses and Health Science, v. 15, n. 3, p. 340-345, 2013. doi:10.1111/nhs.12041.

IGARASHI, N. S.; UCHÔA-FIGUEIREDO, L. R. O processo de ensino-aprendizagem no projeto de extensão Baú de Histórias. Revista Ciência em Extensão, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 41-57, 2016.

JANN, P. N.; LEITE, M. F. Jogo do DNA: um instrumento pedagógico para o ensino de ciências e biologia. Ciências & Cognição, v. 15, n. 1, p. 282-293, 2010.

LEI, S. A. Intrinsic and extrinsic motivation: evaluating benefits and drawbacks from college instructors’ perspectives. Journal of Instructional Psychology, v. 37, n. 2, p. 153-160, 2010.

LIMA, D. B.; GARCIA, R. N. Uma investigação sobre a importância das aulas práticas de Biologia no ensino médio. Caderno de Aplicação, Porto Alegre, v. 24, n. 1, p. 201-224, 2011.

LIMA FILHO, F. S. et al. A importância do uso de recursos didáticos alternativos no ensino de Química: uma abordagem sobre novas metodologias. Revista Enciclopédia Biosfera, v. 7, n. 12, p. 166-173, 2011.

MASSENA, E. P.; SIQUEIRA, M. Contribuições do PIBID à Formação Inicial de Professores de Ciências na Perspectiva dos Licenciandos. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 16, n. 1, p. 17-34, 2016.

MORGAN, S. Motivating students–carrot or stick? Veterinary Nursing Journal, v. 28, n. 2, p. 63-65, 2013. doi:10.1111/vnj.12006

NASCIMENTO, T.; ROMERO, I. A indissociabilidade entre pesquisa e extensão nas universidades: o caso da ITES/UFBA. Revista NAU Social, Salvador, v. 3, n. 5, p. 41-46, 2012.

NOBRE, R. S. et al. Vivenciando a extensão universitária através de ações de educação em saúde no contexto escolar. Revista de Atenção Primária à Saúde. v. 20, n. 2, p. 288- 292, 2017.

NÓVOA, A. Professores: Imagens do futuro. Lisboa: Educa, 2009.

OLIVEIRA, M. I. B. et al. Uma proposta didática para iniciar o ensino de Histologia na educação básica. Revista Ciência em Extensão, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 71-82, 2016.

OLMO, F. J. V. et al. Construção de modelo didático para o ensino de biologia: meiose e variabilidade genética. Revista Enciclopédia Biosfera, Goiânia, v. 10, n. 18, p. 35-69, 2014.

PROENÇA, I. C. L. et al. Diálogos da extensão universitária: desafios e potencialidades nas práticas ambientais escolares do município de Lavras/MG. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, Rio Grande, v. 29, p. 1-18, 2012.

ROWELL, L.; HONG, E. Academic motivation: concepts, strategies, and counseling approaches. Professional School Counseling, v. 16, n. 3, p. 158-171, 2013.

SANTANA, L. P. et al. Práticas educacionais: diferentes abordagens no ensino de Histologia. Revista Ciência em Extensão. v. 13, n. 4, p. 162-173, 2017.

SANTOS, C. A. et al. Práticas de Histologia em escolas de ensino fundamental e médio. In: GUILHERME, W. D. (Org.). Avaliação, políticas e expansão da educação brasileira 11. Ponta Grossa: Atena Editora, 2019. cap. 22, p. 202-212. Doi: 10.22533/at.ed.57419121122

SANTOS, J. H. S.; ROCHA, B. F.; PASSAGLIO, K. T. Extensão universitária e formação no ensino superior. Revista Brasileira de Extensão Universitária, v. 7, n. 1, p. 23-28, 2016.

SANTOS, M. P. Extensão universitária: espaço de aprendizagem profissional e suas relações com o ensino e a pesquisa na educação superior. Revista Conexão UEPG, v. 8, n. 2, p. 154-163, 2012.

SCHROEDER, C. A importância da Física nas séries iniciais do ensino fundamental. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 29, n. 1, p. 89-94, 2007.

SEDDEN, M. L.; CLARK, K. R. Motivating students in the 21st Century. Radiologic Technology, v. 87, n. 6, p. 609-616, 2016.

SILVA, F. S. S.; MORAIS, L. J. O.; CUNHA, I. P. R. Dificuldades de professores de Biologia em ministrar aulas práticas em escolas públicas e privadas do município de Imperatriz (MA). Revista UNI, Imperatriz, v. 1, n. 1, p. 135-149, 2011.

SOUSA, F. G. et al. Mostra dinâmica de ciências morfofisiológicas: relato de extensão universitária. Revista Ciência em Extensão, v. 11, n. 3, p. 146-154, 2015.

THAMAN, R. et al. Promoting active learning in respiratory physiology–positive student perception and improved outcomes. National Journal of Physiology, Pharmacy & Pharmacology, v. 3, n. 1, p. 27-34, 2013.doi:10.5455/njppp.2013.3.27000.

VAZ, W. F.; SOARES, M. H. F. B. O Ensino de Química para Adolescentes em Conflito com a Lei: possibilidades e desafios. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 8, n. 3, p. 1-23, 2008.

VLAARDINGERBROEK, B. et al. Linking the experiential, affective and cognitive domains in biology education: a case study microscopy. Journal of Biological Education, v. 51, n. 2, p. 144-150, 2017. doi: 10.1080/00219266.2016.1177574

WILSON, J. T. Students' perspective on intrinsic motivation to learn: A model to guide educators. A Journal of the International Christian Community for Teacher

Education, v. 6, n. 1, 2011. Recuperado de: https://icctejournal.org/issues/v6i1/v6i1-wilson/

Publicado
2021-04-30
Como Citar
MACHADO, C. T.; SANTOS, C. A. DOS; SILVA, R. C. Práticas de biologia celular nas escolas: percepção dos graduandos extensionistas. Expressa Extensão, v. 26, n. 2, p. 32-45, 30 abr. 2021.