Narrativas das infâncias: olhares da participação das crianças em contexto extensionista e investigativo
Resumo
Esse artigo aborda narrativas de crianças camponesas. O contexto extensionista e investigativo se deu no entorno de uma escola da rede pública no interior da região sul do Rio Grande do Sul. Os colaboradores são quatorze crianças na faixa etária de 09 a 11anos de idade os quais produziram narrativas de suas experiências da vida e de seus vínculos com a agricultura familiar característica do local. Os Estudos da Criança (SARMENTO, 2004; 2005; 2007) e da Sociologia da Infância (CORSARO, 2011), são campos teóricos eleitos para problematizar as crianças do presente e suas potencialidades como atores sociais,(re)produtores de cultura que interpretam de forma criativa e inventiva a realidade constitutiva de seus cotidianos. As narrativas das crianças revelam potentes pistas para pensarmos na visibilidade de suas experiências campesinas. Reforçam e instigam pesquisadores e educadores a atentarem em seus processos investigativos e educativos aos significados que constroem às suas realidades das infâncias desses espaços. Conclui-se que a infância ganha voz e visibilidade quando são ofertados espaços de escuta ao que dizem e pensam sobre suas culturas e saberes locais.Downloads
Referências
ALDERSON, Priscilla. As crianças como pesquisadoras: os efeitos dos direitos de participação sobre a metodologia de pesquisa. Revista Educação & Sociedade, Campinas, vol. 26, n. 91, p. 419-442, Maio/Agosto. 2005.
BARBOSA, Maria Carmem Silveira. Culturas Escolares, Culturas de Infância e Culturas familiares: As socializações e a escolarização no entretecer destas culturas, Revista Educação e Sociedade, Campinas, vol. 28, n. 100, p. 1059-1083, Outubro de 2007.
BHABHA, Homi. O local da Cultura. Belo Horizonte. UFMG, 1998.
CANDAU, Vera Maria “Ideias Força” do pensamento de Boaventura Santos e a educação intercultural. In.: Interculturalizar, descolonizar, democratizar: uma educação ‘outra’? Org. Vera Maria Candau. 1. Ed..- Rio de Janeiro: 7 Letras, 2016.
CORSARO, William. Sociologia da infância. Porto Alegre: Artmed, 2011.
FERNANDES, Natália. Infância, Direitos e Participação: Representações, Práticas e Poderes. Porto: Edições Afrontamento, 2009.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. l.ed., IS.reimpr. - Rio de Janeiro: LTC, 2008.
GRAUE, Elizabeth; WALSH, Daniel. Investigação Interpretativa com crianças: teorias, métodos e ética. Lisboa: Fundação Calouste Guibenkian, 2003.
KOSMINSKY, Ethel Volfzon. Pesquisas com crianças e jovens: algumas reflexões teórico-metodológicas. In: MULLER, Fernanda. (Org.). Infância em perspectiva: políticas, pesquisas e instituições. São Paulo: Cortez, 2010.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. In.: SANTOS, Boaventura de Sousa.; MENESES, Maria. Paula.(Orgs). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.
SARMENTO, Manuel Jacinto. As Culturas da Infância na Encruzilhada da 2ª Modernidade. In: SARMENTO, Manuel Jacinto; CERISARA, Ana. Beatriz. Crianças e Miúdos: Perspectivas Sociopedagógicas da Infância e Educação. Porto, Portugal: Asa Editores, 2004.
_________________. Gerações e alteridade: interrogações a partir da sociologia da infância. Educação & Sociedade, Campinas, vol. 26, n. 91, p. 361-378, Maio/Ago. 2005.
_________________ .Culturas infantis e interculturalidade. In. SARMENTO, Manuel Jacinto; DORNELLES, Leni Vieira.: Produzindo pedagogias interculturais na infância. Petrópolis, RJ. Vozes, 2007.
SOARES, Natália Fernandes; SARMENTO, Manuel Jacinto; TOMÁS, Catarina. Investigação da infância e crianças como investigadoras: metodologias participativas dos mundos sociais das crianças. Nuances: estudos sobre educação – ano XI, v. 12, n. 13, p. 49-64 Janeiro/Dezembro. 2005.
TOMÁS, Catarina. “Participação não tem idade”. Participação das Crianças e Cidadania Infantil. Contexto & Educação. Editora Unijuí. Ano 22, nº 78, p. 45-68 Julho/Dezembro. 2007.
Copyright (c) 2021 Expressa Extensão
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
A revista se reserva o direito de efetuar nos originais alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores. As provas finais não serão enviadas aos autores. O Conselho Editorial não se responsabiliza por opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos publicados. Os trabalhos aceitos para publicação passam a ser de propriedade da Expressa Extensão, não podendo, o autor, reclamar, em qualquer época ou sob qualquer pretexto,remuneração ou indenização pela publicação. A reimpressão, total ou parcial, dos trabalhos publicados é sujeita à autorização expressa da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura. OBS. Cabe(m) ao(s) autor(es) as devidas autorizações de uso de imagens com direito autoral protegido (Lei nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998), que se realizará com o aceite no ato do preenchimento da ficha de inscrição via web.
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.