Capacidade funcional e prevalência de sintomas depressivos em idosos praticantes de atividades físicas
Resumo
Os objetivos deste estudo foram avaliar o grau de dependência e/ou independência nas atividades de vida diária e verificar a existência de sintomas depressivos em idosos praticantes de atividades físicas (AF) participantes em um projeto de extensão universitária. A amostra foi intencional com 46 idosos – 36 mulheres e 10 homens. A grande maioria era caucasiana (82,6%); aposentada (89,2%); casada (58,7%); morava acompanhada (73,9%); e recebia mais de dois salários-mínimos (71,7%). O projeto tinha frequência de dois encontros semanais, sendo que um dos grupos realizava treinamento combinado e o outro realizava ginástica. Em relação à capacidade funcional, 43 idosos (93,5%) relataram não ter dificuldades em realizar atividades de vida diária e 3 (6,5%) relataram ter incontinência urinária. Considerando a Escala de Depressão Geriátrica, somente 6 (13,0%) apresentaram sintomas de depressão leve. A prática de AF e a decorrente socialização podem ser métodos não farmacológicos para auxiliar na prevenção ou no tratamento da depressão.Referências
BATISTONE, S. S. T.; NERI, A. L. Percepção de classe social entre idosos e suas relações com aspectos emocionais do envelhecimento. Psicologia em Pesquisa, v.1, n.2, p.03-10, 2007.
BIRD, M. J.; PARSLOW, L. A. Potential for community programs to prevent depression in older people. Medicine Journal, v. 177, p.107-110, 2002.
BLAY, S.; ANDREOLI, S.; FILLENBAUM, G.; GASTAL, F.L. Depression morbidity in later life: prevalence and correlates in a developing country. American Journal of Geriatric Psychiatry, v.15, n.9, p.790-799, 2007.
BOOTH, F. W.; ROBERTS, C. K.; LAYE, M. J. Lack of exercise is a major cause of chronic diseases. Comprehensive Physiology, v. 2, n. 2, p. 1143-1211, 2012.
BRANCO, J.C.; JANSEN, K.; SOBRINHO, J.T.; CARRAPATOSO, S.; SPESSATO, B.; CARVALHO, J.; MOTA, J.; SILVA, R.A. Benefícios físicos e redução de sintomas depressivos em idosos: resultados do Programa Nacional de Caminhada Portuguesa. Ciênc. Saúde Coletiva, v.20, n. 3, p.789-795, 2015.
BRETANHA, A. F.; FACCHINI, L. A.; NUNES, B. P.; MUNHOZ, T. N; TOMASI, E.,THUMÉ, E. Sintomas depressivos em idosos residentes em áreas de abrangência das Unidades Básicas de Saúde da zona urbana de Bagé, RS. Revista Brasileira de Epidemiologia, v.18, n.1, p.1-12, 2015.
BRUCE, M.L. Psychosocial risk factors for depressive disorders in late life. Biol Psychiatry, v. 52, n.3, p. 175-84, 2002.
BORGES, L. J.; BENEDETTI, T. B.; XAVIER, A. J.; D'ORSI, E. (2013). Fatores associados aos sintomas depressivos em idosos: Estudo EpiFloripa. Revista de Saúde Pública, v. 47, n.4, p. 701-710, 2013.
CAREK, P. J.; LAIBSTAIN, S. E.; CAREK, S.M. Exercise for the treatment of depression and anxiety. The International Journal of Psychiatry in Medicine, v. 41, n. 1, p. 15-28, 2011.
CHISHOLM, D.; SWEENY, K.; SHEEHAN, P.; RASMUSSEN, B.; SMIT, F.; CUIJPERS, P.; SAXENA, S. Scaling-up treatment of depression and anxiety: a global return on investment analysis. The Lancet Psychiatry, v.3, p.415–24, 2016.
DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONOMICOS, DIEESE. Boletim Especial, Quem são os idosos Brasileiros. Número 1, 30 Abril de 2020. Disponível em: www.dieese.org.br/boletimespecial/2020/boletimEspecial01.html. Acesso em 19 de abril 2022.
DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONOMICOS, DIEESE. Dia Nacional do Idoso: conheça políticas públicas para essa população. 1 de Outubro de 2021. Disponível em: www.//agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2021-10/dia-nacional-do-idoso-conheca-politicas-publicas-para-essa-populacao. Acesso em 19 de abril de 2022.
DOU. Diário Oficial da União. Decreto nº 9.661, 2019; Disponível em [http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/57510734/do1esp-2019-01-01-decreto-n-9-661-de-1-de-janeiro-de-2019-57510684]. Acesso em 04 de novembro de 2019.
DUARTE, Y.A.O.; ANDRADE, C.L.; LEBRÃO, M.L. Rev. Esc. Enferm. USP, v.41, n. 2, p. 317-325, 2007.
FERNANDES, M.G.M.; NASCIMENTO, N.F. S.; COSTA, K.N.F.M. Prevalência e determinantes de sintomas depressivos em idosos atendidos na atenção primária de saúde. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, v.11, n.1, p. 19-27, 2010.
FERREIRA, O.G.L.; MACIEL, S.C.; COSTA, S.M.G.; SILVA, A.O.; MOREIRA, M.A.S.P. Envelhecimento ativo e sua relação com a independência funcional. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, Jul-Set; v.21, n. 3, p. 513-8, 2012.
FERREIRA, L.; RONCADA, C.; TIGGEMANN, C. L.; DIAS, C. P. Evaluation of depression levels in elderly practitioners of different physical exercise. ConScientiae Saúde, v.13, n. 3, p. 171-178, 2014.
GONÇALVES, A.K; GRIEBLER, E.M.; POSSAMAI, V.D.; TEIXEIRA, A.R. Qualidade de vida e sintomas depressivos em idosos de três faixas etárias praticantes de atividade física. Revista Kairós Gerontologia, v.17, n.3, p.79-94, 2014.
GRINBERG, L. P. Depressão em idosos – desafios no diagnóstico e tratamento. Grupo Editorial Moreira Jr. p. 317-330, 2006.
GUIA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA (2021), Ministério da Saúde. Brasília- DF. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_atividade_fisica_populacao_brasileira.pdf. Acesso em abril 2022.
HALLAL, P. C. et al. Global physical activity levels: surveillance progress, pitfalls, and prospects. The Lancet, v. 380, n. 9838, p. 247-257, 2012.
HILL, K.D. et al. Individualized home-based exercise programs for older people to reduce falls and improve physical performance: a systematic review and meta-analysis. Maturitas, v. 82, n. 1, p. 72-84, 2015.
HOFFMANN, E.J.; RIBEIRO, F.; FARNESE, M.J; LIMA, E.W.V. Sintomas depressivos e fatores associados entre idosos residentes em uma comunidade no norte de Minas Gerais, Brasil. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v.59, n. 3, p.190-197, 2010.
HONG, S. I.; HASCHE, L.; BOWLAND, S. Structural relationships between social activities and longitudinal trajectories of depression among older adults. Gerontologist. V.49, n.1, p.1-11, 2009.
KATONA,C.; LIVINGSTON, G.; MANELA, M.; LEEK, C.; MULLAN, E.; ORRELL, M.The symptomatology of depression in the elderly. Int Clin Psychopharmacol. v.12, n.7,p. 19-23, 1997.
KOENING, H.G. Religion and depression in older medical inpatients. Am J Geriatr Psychiatry.v. 15, n.4, p.282-91, 2007.
LEBRÃO, M. L; LAURENTI, R. Saúde, bem-estar e envelhecimento: o estudo SABE no Município de São Paulo. Revista brasileira de epidemiologia, v.8, n.2, p.127-141, 2005.
LAMPINEM, P.; HEIKKINEN, R.; RUOPPILA, I. Changes in Intensity of Physical Exercise as Predictors of Depressive Symptoms among Older Adults: An Eight-Year Follow-Up. Preventive Medicine, v. 30, n.5, p. 371-380, 2000.
LIMA, M.T.R.; SILVA, R.S.; RAMOS, L.R. Fatores associados à sintomatologia depressiva numa coorte urbana de idosos. Jornal Brasileiro Psiquiatria, v.58, n.1, p.1-7, 2009.
NASCIMENTO, C.M.C.; AYAN, C.; CANCELA, J. M.; PEREIRA, J. R.; ANDRADE, L. P.; GARUFFI, M.; GOBBI, S.; STELLA, F. Physical exercises, functional capacity and depressive symptoms in Brazilian elderly. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum, v.15, n.4, p.486-497, 2013.
OLIVEIRA, M. F.; BEZERRA, V. P.; SILVA, A. O.; ALVES, M. S. C. F.; MOREIRA, M. A. S. P.; CALDAS, C.P. Sintomatologia de depressão autorreferida por idosos que vivem em comunidade. Ciência & Saúde Coletiva, v.17, n.8, p.2191-2198, 2012.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório Mundial de Envelhecimento e Saúde. (2015). Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/186468/WHO_FWC_ALC_15.01_por.pdf;jsessionid=EE70A7032797AF9D9CAA7DBBD3185D33?sequence=6. Acesso em 1 de abril de 2022.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Depression and Other Common Mental Disorders: Global Health Estimates. Geneva: World Health Organization; (2017). Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Comprehensive Mental Health Action Plan 2013–2030. (2021). Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/345301/9789240031029-eng.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 1 de Abril de 2022.
PARADELA, E.M.P.; LOURENÇO, R.A.; VERAS, R. P. Validação da escala de depressão geriátrica em um ambulatório geral. Rev Saúde Pública, v.39, n.6, p. 918-923, 2005.
PNS. Pesquisa Nacional de Saúde. (2013) Disponível em: [https://www.pns.icict.fiocruz.br/index.php?pag=resultados]. Acessado em 25 de abril de 2019.
SASS, A.; GRAVENA, A. A. F.; PILGER, C.; MATHIAS, T. A.; MARCON, S.S. Depressão em idosos inscritos no Programa de Controle de hipertensão arterial e diabetes mellitus. Acta Paulista Enfermagem, v.25, n.1, p.80-85, 2012.
SILVA, E.R.; SOUSA, A.R.P.; FERREIRA, L.B. Prevalência e fatores associados à depressão entre idosos institucionalizados: subsídio ao cuidado de enfermagem. Rev esc enferm USP, v. 46, n.6, p.1387-93, 2012.
SIMSEK, H.; DOGANAY, S.; BUDAK, R.; UCKU, R. Relationship of socioeconomic status with health behaviors and self-perceived health in the elderly: a community-based study, Turkey. Geriatr Gerontol Int, v.14, p. 960-8, 2015.
SMITH, M.; HAEDTKE, C.; SHIBLEY, D. Late life depression detection: An evidence-based guideline. Journal Gerontolical Nursing, v.41, n.2, p.18-25, 2015.
SOUZA, D.B.; SERRA, A. J.; SUZUKI, F. S. Atividade Física e Nível de Depressão em Idosas. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, v.16, n.1, p. 3-6, 2012.
SUN, F.; NORMAN, I.J.; WHILE, A. E. Physical activity in older people: a systematic review. BMC Public Health, v. 13, n. 1, p. 449, 2013.
THOMAS, J.R.; NELSON, J.K.; SILVERMAN, S.J. Métodos de pesquisa em atividade física. Editora Artmed, 2007.
UNÜTZER, J.; PARK, M. Older adults with severe, treatment-resistant depression. The Journal of the American Medical Association, v. 308, n. 9, p. 909-918, 2012.
VINK,D.;AARTSEN,M.J.; SCHOEVERS, R.A. Risk factors for anxiety and depression in the elderly: a review. J Affect Disord, v. 106, n.1-2, p. 29-44, 2008.
Copyright (c) 2022 Expressa Extensão
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
A revista se reserva o direito de efetuar nos originais alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores. As provas finais não serão enviadas aos autores. O Conselho Editorial não se responsabiliza por opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos publicados. Os trabalhos aceitos para publicação passam a ser de propriedade da Expressa Extensão, não podendo, o autor, reclamar, em qualquer época ou sob qualquer pretexto,remuneração ou indenização pela publicação. A reimpressão, total ou parcial, dos trabalhos publicados é sujeita à autorização expressa da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura. OBS. Cabe(m) ao(s) autor(es) as devidas autorizações de uso de imagens com direito autoral protegido (Lei nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998), que se realizará com o aceite no ato do preenchimento da ficha de inscrição via web.
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.