Ação extensionista: uma oportunidade da universidade comilitar ao lado de pessoas em vulnerabilidade de gênero

Palavras-chave: Inovação social, Extensão universitária, Living lab

Resumo

O objetivo deste artigo foi compreender o papel de uma universidade pública extensionista na cocriação de Inovação Social (IS). Considerando que as ações extensionistas sejam orientadas pelo ato Dusseliano de colocar-se “efetiva e praticamente ‘junto’ ao Outro no que tange aos vazios institucionais acerca de problemas socioambientais. Para tanto, o Living Lab (LL) “Mais Juntas” serviu como objeto de análise. O método para desenvolvimento deste trabalho foi a pesquisa-ação. De modo geral, esta pesquisa evidenciou que em ações de extensão a universidade é capaz de orquestrar o processo de cocriação de inovações sociais colocando-se “efetiva e praticamente ‘junto’ ao Outro” (DUSSEL, 2001), uma vez que no Living Lab Mais Juntas, todas ações foram orquestradas pelo projeto unificado com ênfase em extensão “Mais Juntas” da UFPel. É válido destacar ainda que a utilização do método de cocriação Design Sprint, validado neste artigo para utilização na cocriação de inovações sociais, possibilitou a mobilidade de conhecimento e a manutenção da estabilidade da rede, assim como uma comunicação horizontal e a construção do capital relacional entre os atores.

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Biografia do Autor

Larissa Medianeira Bolzan, Universidade Federal de Pelotas - Pelotas, RS, Brasil.
Professora adjunta do curso superior de Engenharia de Produção, na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Professora colaboradora no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCAmb/UFPe).

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Publicado
2024-04-23
Como Citar
MEDIANEIRA BOLZAN, L. Ação extensionista: uma oportunidade da universidade comilitar ao lado de pessoas em vulnerabilidade de gênero. Expressa Extensão, v. 28, n. 2, p. 107-120, 23 abr. 2024.