Arqueologia e identidades: a torre de marfim na encruzilhada

  • Luiz Oosterbeek Instituto Politécnico de Tomar (IPT)
Palavras-chave: Arqueologia, Patrimônio, Turismo, Qualidade

Resumo

A arqueologia cresceu, desde o século XIX, no equívoco epistemológico de se assumir ora como corpo de técnicas, ora como forma especifica de fazer história, mas sempre como um corpo cuja dignidade disciplinar se foi, com algumas excepções, procurando na construção de “segredos da profissão”. No início do século XXI, essa torre de marfim, há muito feita ruína, vai ganhando consciência de que não tem futuro, ou de que o seu futuro exige uma abertura social, o assumir do seu carácter supra-disciplinar, e o contributo que, nessa dimensão, diferentes sectores da sociedade devem dar para a construção do saber arqueológico. Em face deuma lógica de “resistência” (o patrimonialista é o que resiste á vaga de destruição da memória), propõe-se uma abordagem holística e “agressiva”, que assume o arqueólogo como técnico ao serviço da sociedade. Mas, como tudo na vida, há um preço a pagar, e sobre ele se tentará conversar um pouco.

Biografia do Autor

Luiz Oosterbeek, Instituto Politécnico de Tomar (IPT)
Professor do Instituto Politécnico de Tomar, Doutor em Arqueologia, Presidente do Instituto Terra e Memória.

Referências

ASHWORTH, G. and TUNBRIDGE, J. The Touristic-Historic City. London: Bellhaven,1990.

BRETT, D. The Construction of Heritage. Cork: Cork University, 1996.

CRUZ, A.R., OOSTERBEEK, Luiz. (coord). 1º Colóquio de Gestão do Património Arqueológico – perspectivas em diálogo. Série ARKEOS, vol.1. Tomar: Centro Europeu de Investigação da Pré-História do Alto Ribatejo, 1997.

LEWIS, D. & ROSE, D. The shape of the dreaming. The cultural significance of Victoria river rock art. Canberra: Aboriginal Studies Press, 1995.pp. 79.

GRAHAM, B. A Geography of Heritage. London: Arnold, 2000.

LOWENTHAL, D. The Past is a Foreign Country. Cambridge: CUP, 1989.

OOSTERBEEK, L. Artes, Ciências e Tecnologia: dialéctica da educação ou o paradoxo da modernidade politécnica. In: CRUZ, A.R., OOSTERBEEK, L. (coord.). Perspectivas em Diálogo. 1º Curso Intensivo de Arte Pré-Histórica Européia. Série ARKEOS, vol.6, tomo I, Centro Europeu de Investigação da Pré-História do Alto Ribatejo, 1999. pp.179-186.

OOSTERBEEK, L. Da Natureza das Coisas - convite à inquietação. Tomar: Instituto Politécnico de Tomar, 1999.

OOSTERBEEK, L. Fundamentos de Turismo. Pelotas: Gráfica da Universidade Federal de Pelotas, 2000.

OOSTERBEEK, L. Cultural heritage and Human Rights: a matter for long life learning, In: La Gestione del Patrimonio Culturale - Proceedings of the 5th International Meeting, Roma: DRI, 2001. pp. 212-215.

OOSTERBEEK, L. Que limites para o espaço lusófono? Que limites para o Turismo?, In: II Congresso de Turismo Cultural, Lusofonia e Desenvolvimento, Anais. Pelotas: Universidade Federal de Pelotas, 2002. pp. 73-77.

OOSTERBEEK, L. Brittle Memories: the most unknown but unexpected and forgotten Heritage, In: La Gestione del Patrimonio Culturale: il patrimonio inconsueto - Proceedings of the 8th International Meeting, Roma: DRI-Ente Inerregionale, 2004. pp. 20-23.

SCATAMACCHIA, M.C..M., OOSTERBEEK, L. Entre o Espanto e o Esquecimento - Arqueologia das sociedades brasileiras antes do contacto. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2000.

Publicado
2012-09-18
Como Citar
Oosterbeek, L. (2012). Arqueologia e identidades: a torre de marfim na encruzilhada. Cadernos Do LEPAARQ (UFPEL), 2(3), 36-45. https://doi.org/10.15210/lepaarq.v2i3.1041
Seção
Artigos