A MARCA DO CAMINHAR DOS AVÓS NA RETOMADA MBYA GUARANI YJÊRE: DISPUTANDO TERRITÓRIO, HISTÓRIA E PATRIMÔNIO NA PONTA DO ARADO, PORTO ALEGRE, RS
Resumo
Ao olhar etnograficamente para as pesquisas arqueológicas efetuadas no âmbito do licenciamento ambiental, nota-se como a definição de patrimônio cultural material está em um campo de disputa entre estado, ciências e populações tradicionais. Esse artigo pretende expor os termos dessa disputa através da análise de documentos legais e burocráticos, de relatórios técnicos de arqueologia para o licenciamento ambiental e de um estudo de caso: a retomada Mbya Guarani na Ponta do Arado (Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil). Esse panorama mostra como a ciência arqueológica pode ser constrangida por documentos burocráticos e legais, e como demandas políticas e territoriais de grupos indígenas atuam contra definições e práticas instituídas pelo estado, demonstrando suas incongruências e violências.Abstract: When looking ethnographically at the archaeological research carried out within the scope of environmental licensing, it can be seen how the definition of material cultural heritage is in a field of dispute between the state, sciences and traditional populations. This article aims to expose the terms of this dispute through the analysis of legal and bureaucratic documents, technical reports of archeology for environmental licensing and a case study: the reclaim of a Mbya Guarani territory in Ponta do Arado (Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil). This panorama shows how archaeological science can be constrained by bureaucratic and legal documents, and how political and territorial demands by indigenous groups act against definitions and practices instituted by the state, demonstrating their inconsistencies and violence.Referências
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