A arqueologia do lixo no “Quarto de Despejo”: Materialidade e crítica Social apreendidas através do lixo catado por Carolina Maria de Jesus.
Resumo
O objetivo deste artigo é analisar o livro “Quarto de despejo – diário de uma favelada” de Carolina Maria de Jesus como uma experiência arqueológica profunda. Para tal contam-se os resíduos recicláveis, restos alimentares e outros objetos. A partir da materialidade apreendida no diário de Carolina chega-se na profunda crítica social que ela faz da injusta sociedade brasileira. Sobreviver em meio à muita desigualdade, racismo e violência pode indicar uma boa pesquisa de arqueologia do lixo, mas também faz-se conhecer o “Quarto de Despejo” como um lugar social, de identidades e sobrevivência. Carolina sabe falar. Abstract:The purpose of this paper is to analyze the book “Quarto de despejo - diário de uma favelada” by Carolina Maria de Jesus as a deep archeological experiment. To this end we enumerate the recyclable wastes, food scraps and other objects. From the materiality of the Diary we arrive at Carolina’s deep critique of the unjust Brazilian society. Surviving amidst so much inequality, racism, and violence give us clues for a good research of the archeology of garbage, but it also makes us aware of “Quarto de Despejo” as a social place, that builds identities and survival. Carolina’s diary points to a path where we must “unlearn” many things about the Other. Carolina can and does speak.Referências
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