Arqueologia, lugar de fala e conexões afrodiaspóricas: experiências no território quilombola dos povos do Aproaga - Amazônia paraense
Resumo
Resumo: Neste trabalho nos reunimos para compartilhar pertencimentos e experiências de pesquisa arqueológica de base comunitária vivenciadas no território quilombola dos Povos do Aproaga, situado no nordeste paraense - Amazônia. Em parceria com a Associação Quilombola Unidos dos Rio Capim (AQURC) temos nos dedicado a reconhecer a memória e a existência quilombola, e a ressaltar os seus respectivos processos de aquilombamento da terra. Ao percebermos a arqueologia enquanto uma ciência branca e eurocêntrica permeada por racismo e colonialidades, tornou-se premente a concepção de formas alternativas à lógica colonial operante nos seus modos de pensar e pesquisar. Assumimos a afrorreferencialidade, a ancestralidade e a representatividade etnicorracial enquanto pressupostos da abordagem teórico-metodológica, dos objetivos e da equipe de pesquisa. Afinal, mais que descolonizar a arqueologia, trata-se da criação de espaços seguros para nossa atuação intelectual comprometida com nossas comunidades afrodiaspóricas junto à emergência de reconhecimentos de nossas histórias a partir das cosmopercepções e epistemologias negras. Abstract: In this work we gather to share relations of belonging and research experiences of community-based archaeology in the Quilombola territory of Povos do Aproaga, located in the northeast of Pará - Amazonia. In partnership with Associação Quilombola Unidos dos Rio Capim (AQURC) we have been dedicated to recognizing the memory and existence of Quilombola peoples, as well as highlighting their respective processes of land settlement. As we perceive archaeology as a white Eurocentric science permeated by racism and colonialities, it becomes urgent to conceive alternative forms than the colonial logic operating in ways of thinking and doing research. We choose the concepts of Afro-referentiality, Ancestrality and ethnic-racial representation as tenets of our theoretical and methodological approach, and of our research goals and team. After all, beyond decolonizing archaeology, it is about creating safe spaces for our intellectual activity that is committed to our Afro-diasporic communities along with the emergence of recognition of our histories and Black world-perceptions and epistemologies.Referências
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