Os entrelaços de uma paisagem arqueológica: análises da implantação de sítios arqueológicos na unidade de conservação Parque Estadual de Sete Salões, médio vale do Rio Doce, Minas Gerais

  • Magno Augusto Coelho Santos Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
  • Marcelo Fagundes Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Palavras-chave: Sítios Arqueológicos, Paisagem, Drone, Unidade de Conservação, Médio do Rio Doce

Resumo

A Unidade de Conservação do Parque Estadual de Sete Salões abrange a bacia hidrográfica do médio rio Doce, na porção leste do estado de Minas Gerais, apresenta um contexto arqueológico, histórico e cultural único. As pesquisas arqueológicas desenvolvidas principalmente na década de 1990 e anos 2000, revelaram diversos sítios, sobretudo com presença de arte rupestre, identificados em abrigos e cavidades nas Serras da Onça e Boiadeiro. Este artigo se orienta no entendimento dos modelos e padrões entrelaçados em uma paisagem de uma unidade de conservação onde estão inseridos estes sítios, utilizando como recorte geográfico e espacial o próprio parque. O objeto principal desse estudo  se centra na espacialização e análise da implantação dos sítios arqueológicos feita com a utilização de drone, no qual resultou na elaboração de ortofotos em alta qualidade, modelagem 3D do relevo e imagens interativas em 360º dos afloramentos rochosos com presença de arte rupestre. Este resultado se alinha a questões que implicam na qualidade da gestão do patrimônio cultural e arqueológico por parte dos funcionários e gerentes da Unidade de Conservação, auxiliando na preservação e conservação deste território.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcelo Fagundes, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Bacharel e licenciado em História pela Universidade de São Paulo (1998), mestre (2004) e doutor (2007) em Arqueologia pelo Programa de Pós Graduação do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (PPG/MAE/USP). Pós-doutorado em Geologia pela UFVJM e Pós-Doutorado em Geografia pela UFMG. Professor Associado II da Faculdade Interdisciplinar em Humanidades da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (FIH/UFVJM). É Bolsista Produtividade em Pesquisa CNPq (PQ2). Atualmente é Coordenador do Laboratório de Arqueologia e Estudo da Paisagem (LAEP/CEGEO/ICT/UFVJM) e membro pesquisador do LINTT (MAE/USP) - Laboratório de Estudos Interdisciplinares sobre Tecnologia e Territórios. Docente dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Humanas (PPGCH/UFVJM) e Geologia (PPGGEO/UFVJM). Projeto de Pesquisa na chamada universal FAPEMIG 0124, número APQ-01950-24, ortorga 98761750/2024. 

Referências

ACEVEDO, A.; FIORE, D.; FERRARI, A. A. Rock Art Landscapes. A systematic study of images, topographies and visibility in south-central Patagonia (Argentina). Journal of Anthropological Archaeology, v.56, 2019. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jaa.2019.101101

ACHA, Milena. Arqueologia da Paisagem. Considerações sobre a perspectiva de vivência e de movimento. Cadernos do Lepaarq, v. XVIII, n.35, p. 217-235, Jan-Jun. 2021. DOI: https://doi.org/10.15210/lepaarq.v18i35.20487

ANSCHUETZ, K. F.; WILSHUSEN, R. H.; SCHEICK, C. L. Una arqueología de los paisajes: perspectivas y tendencias. Journal on Archaeological Research, v. 9, n. 2, p. 152-197, 2001. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/41053175

BAETA, A. M. A memória indígena no Médio Vale do Rio Doce: arte rupestre e identidade Krenak. 1998.181 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1998.

BAETA, A. M. Grutas e abrigos arqueológicos “encantados” – Parque Sete Salões – Serra Takrukkrak. Vale do Rio Doce- MG. Abril, 2000.

BAETA, A. M.; MATTOS, I. M. A Serra da Onça e os índios do rio Doce: uma perspectiva etnoarqueológica e patrimonial. Habitus, v. 1, n. 1, p. 39-92, 2007. DOI: https://doi.org/10.18224/hab.v5.1.2007.39-62

BAETA, A. M.; MATTOS, I. M. Arte rupestre, etno-história e identidade indígena no Vale do Rio Doce – MG. Revista de Arqueologia, Anais da VII Reunião Científica da Sociedade de Arqueologia Brasileira-SAB, p. 303-320, 1994.

BAETA, A. M.; LIMA, M. A.; PILÓ, H. M. D. As ocupações humanas no período pré-colonial no Médio Vale do Rio Doce. In: REZENDE, M.; ÁLVARES, R. Era tudo mata: o processo de colonização do Médio Rio Doce e a formação dos municípios de Aimorés, Itueta e Resplendor. Belo Horizonte: Consórcio da Hidrelétrica de Aimorés, 2009.

CARVALHO, J. A. Território e trajetória Krenak: o olhar geográfico de uma disputa de narrativas. Monografia. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – FCT/UNESP – Campus de Presidente Prudente. Presidente Prudente-SP. 2021.

COSGROVE, D. Prospect, Perspective and the Evolution of the Landscape Idea. Transactions of the Institute of British Geographers, v.10, n.1, p.45-62, 1985. DOI: https://doi.org/10.2307/622249

COSGROVE, D. Social Formation and Symbolic Landscape. London: Croom Helm, 1984. ISBN: 978-0299155148

CRIADO-BOADO, F. Construcción social del espacio y reconstrucción arqueológica del paisaje. Boletín de Antropología Americana, n. 24, p. 5-30, 1991.

CRIADO-BOADO, F. Del terreno al espacio: planteamientos y perspectivas para la Arqueología del Paisaje. Santiago de Compostela: Grupo de Investigación en Arqueología del Paisaje, Universidade de Santiago de Compostela. Cadernos de Arqueoloxía e Patrimonio (CAPA), n. 6, 1999. Disponível em: https://digital.csic.es/handle/10261/5698.

CORRÊA, J. G. S. Política indigenista, tutela e deslocamento de populações: a trajetória histórica dos Krenak sob a gestão do Serviço de Proteção aos Índios. Arquivos do Museu Nacional, v. 61, n. 2, p. 89-105, 2003.

DUNCAN, J. Landscape Geography, 1993-1994. Progress in Human Geography, v.19, n.3, p.414-422, 1995. DOI: https://doi.org/10.1177/030913259501900308

EMBRAPA, EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Mapa de solos do estado de Minas Gerais. Escala: 1:1. 250.000, 2005.

FAGUNDES, M. Uma geografia arqueológica em Serra Negra: construções, conexões, histórias e causos Laepianos. In: FAGUNDES, M. (org.). Paisagem e Arqueologias em Serra Negra, Espinhaço Meridional, Minas Gerais. Curitiba, PR: Editora CRV, 2022. Capítulo 1, p. 31-72. DOI: https://doi.org/10.24824/978652511357.9

FAGUNDES, M.; GRECO, W.; IZAGUIRRE POMA, J. C.; CAMPOS. P.; FONSECA. T. F. Por uma Arqueologia Geográfica ou Geografia Arqueológica das Terras Altas Mineiras – Reflexões sobre o uso do conceito culturalista de paisagem no Alto Vale do Araçuaí, Minas Gerais. Caminhos da Geografia, v. 2, n. 97, p. 231-252, 2024. https://doi.org/10.14393/RCG259769098

FAGUNDES, M.; ARCURI, M. Paisagem cíclica, lugares de retorno: um estudo de resiliência cultural em Cerro Ventarrón, Lambayeque, Peru. Revista de Arqueologia, v. 36, n. 1, p. 225-244, 2023. Disponível em: https://10.24824/978652511357.9 10.24885/sab.v36i1.1014

FAGUNDES, M.; GRECO, W. S.; SUÑER, M. M. A.; BANDEIRA, A. M. Paisagem e suas interfaces em pesquisas sobre arte rupestre: um estudo de caso em Serra Negra, Alto Vale do Araçuaí, Minas Gerais, Brasil. Revista de Arqueologia, v. 34, n. 2, p. 74-103, 2021. Disponível em: https://revista.sabnet.org/ojs/index.php/sab/article/view/904

IDE – SISEMA. Infraestrutura de dados espaciais. 2023. Disponível em: https://idesisema.meioambiente.mg.gov.br/webgis

IEDE. Infraestrutura Estadual de Dados Espaciais. 2022. Disponível em: https://iede.fjp.mg.gov.br/

INGOLD, Tim. The temporality of the landscape. World Archaeology, v. 25, n. 2, p. 152-174, 1993. DOI: https://doi.org/10.1080/00293652.2016.1151458

INSTITUTO ESTADUAL DE FLORESTAS – IEF. Plano de Manejo Parque Estadual de Sete Salões. Belo Horizonte, 2021.

LIMA, J. F. V. Fisiografia da região média da bacia hidrográfica do rio Itapemirim, ES. 2021. 131 fl. Tese (Doutorado em Produção Vegetal) - Universidade Federal do Espírito Santo, Alegre, 2021.

KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

KRENAK, Ailton. O amanhã não está a venda. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.

PILÓ, H. D. Arqueologia Tupi-guarani: relações entre as implantações dos sítios e cultura material no Médio Rio Doce. 2008. 161 fl. Dissertação (Mestrado em Arqueologia) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008.

RODRIGUES, L. M. Paisagens culturais alternativas no Brasil contemporâneo e vivência espacial da comunidade indígena Krenak do sudeste (Vale do Rio Doce / MG). 2013. 161 fl. Dissertação (Mestrado em Geografia) –Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2013.

TOMMASELLI, A. M. G. Introdução. In: Fotogrametria básica: introdução. v. 1. [S.l.: s.n.], 2009. Cap. 1, p. 1-2. Disponível em: http://www.faed.udesc.br/arquivos/id_submenu/891/introducao_a_fotogrametria.pdf.

TORRES, J. L. L. Geoquímica de Minas e turmalinas de pegmatitos do distrito pegmatítico de Conselheiro Pena – MG: implicações para a gênese e evolução de pegmatitos. 2018. 122 fl. Dissertação (Mestrado em Ciências Naturais) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2018.

VIEIRA, V. S. Significado do Grupo Rio Doce no contexto do Orógeno Araçuaí. 2007. 117 fl. Tese (Doutorado em Geologia) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007.

Publicado
2025-06-16
Como Citar
Santos, M. A. C., & Fagundes, M. (2025). Os entrelaços de uma paisagem arqueológica: análises da implantação de sítios arqueológicos na unidade de conservação Parque Estadual de Sete Salões, médio vale do Rio Doce, Minas Gerais. Cadernos Do LEPAARQ (UFPEL), 22(43), 56-72. https://doi.org/10.15210/lepaarq.v22i43.28231
Seção
Dossiê Os fazeres arqueológicos em Unidades de Conservação