MITO DE NIORO E EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: ENTRE HISTÓRIA E FICÇÃO, ASPECTOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA SÃO ESTUDADOS

  • Cristiane Bartz de Ávila
  • Maria de Fátima Bento Ribeiro
Palavras-chave: Resistência, Sincretismo, Branqueamento, Educação Patrimonial

Resumo

Resumo: O presente trabalho pretende relatar uma experiência escolar que utilizou como referência a Educação Patrimonial. Como conteúdo abordado, procuramos contextualizar para os alunos do ensino fundamental a Cidade de Pelotas - RS no século XIX. Uma cidade charqueadora e escravocrata com relação à qual tomamos ciência, através de documentos oficiais e estudos bibliográficos, dos processos de repressão dos Senhores para com seus escravos, e da luta e resistência dos mesmos. Para tal, utilizamos o Mito de Nioro, pois o mesmo conta de uma forma poética a situação do negro em fins da escravidão e pós-abolição na região, citando especificamente o Bairro Balneário dos Prazeres, também conhecido como Barro Duro em Pelotas-RS. Nosso objetivo ao utilizarmos esse Mito é fazer dele um instrumento didático-pedagógico para o cumprimento da lei 11645/2008, que versa sobre o ensino da história e da cultura afro-brasileira e indígena nas escolas.Abstract: This work intents to report a school experience about Heritage Education. In it, we seek to contextualize elementary students, of Pelotas’ City in the 19th century. Its economy is based in a slave work and dried salt meat. Official documents and specialized literature reveals us the repression imposed by the slavelords, as well as the slaves’ struggle and resistance. Therefore, we used the Myth of Nioro, because it tells us, in a poetic way, about the situation of the Black people at the end of slavery and in the post-abolition period in this region. It refer to specifically the “Balneário dos Prazeres” district, also known as “Barro Duro”. Our purpose in using this myth is to make its a didactic and pedagogical tool for to execute the law 11645/2008, that says about the History’s teach and of the African-Brazilian and indigenous culture in the schools.  

Referências

AL-ALAM, C.C. A Negra Forca da Princesa: polícia, pena de morte e correção em Pelotas (1830-1857). São Leopoldo, RS: Unisinos, 2007.

ALTHUSSER, L. Aparelhos Ideológicos do Estado. São Paulo: Graal Edições, 2007.

CUNHA, O.M.G.; GOMES, F.S. (Orgs.). Quase Cidadão: histórias e antropologia da pós-emancipação no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007.

FERNANDES, F. A integração do negro na sociedade de classes: o legado da raça branca. São Paulo: Globo, 2008.

FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. São Paulo: Graal Edições, 2006.

FRANCHINI, A. S.; SEGANFREDO, C. As melhores histórias da mitologia africana. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2009.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. Editora Paz e Terra. Coleção Saberes, 1996.

FREYRE, G. Casa grande e senzala: formação da família brasileira sob o regime de economia patriarcal. 14ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1969,2v.

GUTIERREZ, E.J.B. Negros, Charqueadas e Olarias: um estudo sobre o espaço pelotense. Pelotas, RS: Editora Universitária/UFPEL: Livraria Mundial, 1993.

HORTA, M.L.P. A educação Patrimonial - um processo em andamento. Museu e Educação: conceitos e métodos, São Paulo: USP Museu de arqueologia e etnologia, 2001.

HORTA, M.L.P; GRUNBERG, E.; MONTEIRO, A.Q. Guia básico de educação patrimonial. Brasília: IPHAN, Rio de Janeiro: Museu Imperial, 2006.

MALLET, P. Sopapo do Padeiro. Programa Rádio Toques de Aruanda. Porto Alegre. Disponível em <http://www.youtube.com/watchv=0dAHoGEuxqw>. Acesso em 21/11/2011.

MILHEIRA, R.G. Arqueologia Guarani na laguna dos Patos e serra do Sudeste. Pelotas. Ed. da UFPEL, 2014.

NOGUEIRA, A.G.R. Diversidade e sentidos do patrimônio cultural: uma proposta de leitura da trajetória de reconhecimento da cultura afro-brasileira como patrimônio nacional. Anos 90, Porto Alegre, v.15, n.27, p.233-255, jul. 2008.

SCHAMA, S. Paisagem e Memória. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

SILVA, T.T.S. (Org.); HALL, S.; WOODWARD, K. Identidade e Diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 4.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

SILVEIRA, M.H.V. Odara: Fantasia e Realidade. Porto Alegre: Grupo Editorial Rainha Ginga, 1993.

SILVEIRA, M.H.V. Helena do Sul. Rota Existencial. Brasília, DF: Fundação Cultural Palmares, 2007.

SKIDMORE, T. E. Preto no Branco: raça e nacionalidade no pensamento brasileiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.

Publicado
2014-10-03
Como Citar
Bartz de Ávila, C., & Bento Ribeiro, M. de F. (2014). MITO DE NIORO E EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: ENTRE HISTÓRIA E FICÇÃO, ASPECTOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA SÃO ESTUDADOS. Cadernos Do LEPAARQ (UFPEL), 11(22), 351-369. https://doi.org/10.15210/lepaarq.v11i22.3341
Seção
Dossiê Escravidão, Resistência e Pós-abolição