FLORESTAN FERNANDES E A TEORIA MARXISTA DA DEPENDÊNCIA

UM DEBATE SOBRE O CAPITALISMO DEPENDENTE

  • Itamá do Nascimento Silva Universidade Federal de Pernambuco
Palavras-chave: Capitalismo dependente, Subdesenvolvimento, América Latina, Brasil

Resumo

Diante do centenário de Florestan Fernandes busco, através de uma pesquisa teórica, instigar uma discussão que aproxima este da Teoria Marxista da Dependência. Baseado em Bresser-Pereira, defendo a aproximação entre Fernandes e os teóricos da dependência no tocante à interpretação do capitalismo dependente na América Latina e no Brasil. O resultado dessa pesquisa, mostra a aproximação desses autores em três pontos: a) crítica ao modelo explicativo que busca superar o subdesenvolvimento através do controle nacional das atividades produtivas; b) denúncia da limitação e impotência das burguesias locais; c) e a defesa da construção do socialismo como única alternativa política capaz de superar o subdesenvolvimento. A concordância entre esses pontos, tornam Florestan e os teóricos da dependência diferentes da perspectiva nacional-desenvolvimentista e de intelectuais da sociologia uspiana, transformando-os em membros do que Bresser-Pereira cunhou de interpretação da super-exploração. Dentre os objetivos deste trabalho, destaco o resgate das obras dos teóricos da dependência. Além disso, debater sobre a natureza e a dinâmica do capitalismo dependente tem relevância na compreensão de processos políticos recentes na América Latina no geral e no Brasil em particular. A resistência a mudanças sociais, sejam elas dentro ou contra a ordem, além da aliança entre burguesia local e estrangeira, mostram a atualidade e pertinência em discutir teoricamente o capitalismo dependente.

Biografia do Autor

Itamá do Nascimento Silva, Universidade Federal de Pernambuco
Graduado em Ciências Sociais pela UFPE e mestrando em Sociologia pelo PPGS-UFPE.
Publicado
2021-02-17