ASPECTOS SOCIOPOLÍTICOS DO SOFRIMENTO PSÍQUICO
DESESPERANÇA, INDIVIDUALIZAÇÃO E CONTROLE DAS SUBJETIVIDADES COMO ESTRATÉGIAS NEOLIBERAIS
Resumo
Este artigo pretende discutir os aspectos sociopolíticos do sofrimento psíquico e as estratégias políticas e ideológicas utilizadas pelo neoliberalismo para gerenciar o sofrimento psicossocial na contemporaneidade. Para tanto é desenvolvido estudo de natureza qualitativa e de caráter bibliográfico, cujas principais obras analisadas são dos autores: Dardot e Laval; Fisher; Martín-Baró; Gouveia, Amarantes e Freitas. A partir desse estudo, foi possível concluir que os condicionantes socioculturais do neoliberalismo implicam diretamente na construção das subjetividades e na produção social do sofrimento psíquico. Podendo dar novas configurações às expressões de sofrimento psicossocial, inclusive, ampliá-las e/ou intensificá-las. Tendo em vista que o individualismo, a competitividade, consumismo e constituição do indivíduo-empresa, são capazes de acentuar sentimentos e vivências de autoculpabilização, autocoerção; gerar angústia, frustração, desesperança, cansaço, estresse, etc. Também, compreende-se que a gerência neoliberal sobre o sofrimento psíquico envolve a psicologização, patologização, e medicalização. Estratégias úteis para o capital à medida que favorece o controle ideológico ao responsabilizar os sujeitos, ignorando as contradições sociais que perpassam a experiência individual. Também, de modo simultâneo, é vantajoso economicamente ao produzir lucros para as indústrias que comercializam o cuidado em saúde mental.Downloads
Referências
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.
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