A PRODUÇÃO SOCIAL DO ÓCIO DISRUPTIVO/ CRIATIVO
UMA INTRODUÇÃO MARXISTA ÀS TESES DE JOHN HOLLOWAY
Resumo
O trabalho econômico material, vital para a sobrevivência coletiva, representa sempre um momento no desenvolvimento das forças produtivas, dos meios de produção e do conhecimento geral da sociedade construído geração após geração. Este artigo trata da transformação do trabalho em ócio disruptivo/ criativo diante da alteração na composição orgânica do capital em desfavor do emprego, mas em favor do tempo de trabalho social disponível, conforme Marx. Em face deste tempo disponível, o artigo propõe o pensamento de John Holloway para “fissurar/rachar” o capitalismo, pelo poder-fazer cotidianos. Avalia, a partir dos dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para o emprego, o desemprego e a subutilização mundial da mão de obra, que as teses do tempo de trabalho social disponível podem potencializar ações disruptivas/ criativas como opostas à negação e alienação impostas pelo capitalismo. Propõe, por último, a negação do trabalho abstrato, a possibilidade de humanização crítica para os futuros trabalhadores(as), seu poder-fazer criativo, em conformidade com a visada de Marx sobre a possibilidade de desalienação do homem a partir da introdução do capital fixo na indústria.
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