ARQUEOLOGIA SUBAQUÁTICA BRASILEIRA: POR QUE O PAÍS APROVEITA MAL SUA CAPACIDADE CIENTÍFICA?

  • Cristiane Eugênia Amarante Universidade Federal de Sergipe
  • Paulo Fernando Bava-de-Camargo Universidade Federal de Sergipe
Palavras-chave: Arqueologia subaquática, UNESCO, Brasil, legislação, caça ao tesouro

Resumo

A Arqueologia subaquática vem sendo desenvolvida, no Brasil, desde o início da década de 1990, embora haja antecedentes pontuais. A despeito desse ramo da Arqueologia ter avançado significativamente nesses quase 25 anos, ainda há um difícil processo de regulação científica de sua prática. Um dos maiores desafios é a legislação brasileira em relação às regras internacionais. Enquanto a Convenção da UNESCO para a Proteção do Patrimônio Cultural Subaquático (2001), ainda não adotada pelo Brasil, constitui instrumento preservacionista, a Lei federal 7.542/1986, alterada pela 10.166/2000, é extremamente permissiva, possibilitando a comercialização de bens arqueológicos. Essa distorção cria dificuldades para a prática da Arqueologia subaquática em águas territoriais e estimula a caça ao tesouro, uma vez que os maus hábitos internos fornecem desagradável cartão de visitas.

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Biografia do Autor

Cristiane Eugênia Amarante, Universidade Federal de Sergipe
Laboratório de Arqueologia de Ambientes Aquáticos/ Departamento de Arqueologia/ Programa de Pós-graduação em Arqueologia
Paulo Fernando Bava-de-Camargo, Universidade Federal de Sergipe
Laboratório de Arqueologia de Ambientes Aquáticos/ Departamento de Arqueologia/ Programa de Pós-graduação em Arqueologia

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Publicado
2017-06-29
Como Citar
Amarante, C. E., & Bava-de-Camargo, P. F. (2017). ARQUEOLOGIA SUBAQUÁTICA BRASILEIRA: POR QUE O PAÍS APROVEITA MAL SUA CAPACIDADE CIENTÍFICA?. Cadernos Do LEPAARQ (UFPEL), 14(27), 253-269. https://doi.org/10.15210/lepaarq.v14i27.10518
Seção
Dossiê Arqueologia Sub-aquática