POR SE TER QUEIMADO UMA PRETA ESCRAVA, COM O PRETEXTO DE BRUXARIA: FRONTEIRA, IMPUNIDADE E CRENÇA DOS SENHORES NO PODERMÁGICO-RELIGIOSO DESEUS CATIVOS (RINCÃO DE ARTIGAS / 1856)
Resumo
Em janeiro ou fevereiro de 1856 uma escrava foi conduzida a um local prédeterminado,distante da fazenda de seu senhor. Em uma espécie de auto-de-fé, esta preta africana foiqueimada ritualmente em um jirau. O senhor desta cativa, o Coronel Jerônimo Jacinto Pereira, foiindicado como mandante. Propomos-nos neste artigo explorar este caso – não raro – que indica acrença dos senhores no poder mágico-religioso de seus trabalhadores escravizados, principalmentequando estes eram originários do continente africano. Além disso, este evento ocorreu no Rincãode Artigas, zona até hoje litigiosa entre Brasil e Uruguai, possibilitando-nos discutir a situaçãoregional fronteiriça e suas diversas implicações.Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
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