Educação em saúde ambiental nas cooperativas de triagem de materiais recicláveis do município de Pelotas/rs
Resumo
Este artigo buscou realizar a análise parasitológica dos catadores das cooperativas de triagem de materiais recicláveis do município de Pelotas/RS, além de realizar ações educativas junto aos trabalhadores sobre o que são parasitoses e quais as principais medidas de prevenção e tratamento dessas doenças. Para tanto, empregou-se os métodos parasitológicos de centrifugação de Faust e Ritchie para a identificação de cistos, larvas e ovos de parasitos. O estudo foi dividido em duas etapas, contando com a requisição de 3 amostras fecais de cada um dos 31 catadores participantes. Após cada etapa, retornou-se às cooperativas para entregar os resultados das análises aos cooperados. Foram realizadas palestras e rodas de conversa sobre educação em saúde ambiental nas cooperativas e um folder sobre parasitoses intestinais foi entregue a cada participante, a fim de instruí-los quanto à forma de contaminação, prevenção e tratamento de parasitoses. Além disso, os catadores parasitados foram encaminhados a tratamento medicamentoso. Na 1ª Etapa do estudo obteve-se 21 (67,7%) catadores parasitados, enquanto que na 2ª Etapa houve uma redução de 33,3% de trabalhadores infectados. A partir da realização de palestras e rodas de conversa sobre educação em saúde ambiental e tratamento medicamentoso adequado, pode-se observar pelas duas Etapas analisadas, que houve uma redução no número de trabalhadores parasitados, bem como na nas espécies de parasitos encontradas.Downloads
Referências
ALVES, J. R. et. al. Parasitoses intestinais em região semi-árida do Nordeste do Brasil: resultados preliminares distintos das prevalências esperadas. Caderno Saúde Pública, v. 19, n. 2, p. 67-670, 2003.
AULER, F.; NAKASHIMA, A. T. A.; CUMAN, R.K.N. Health Conditions of Recyclable Waste Pickers. Journal Community Health, New York v. 39, n. 1, p. 17-22, 2014.
BORTOLI, M. A. Collectors of recyclable materials: the construction of new political subjects. Revista Katálysis, Florianópolis, v. 12, n. 1, p. 105-114, 2009.
CARNEIRO, M.; ANTUNES, C. M. F. Epidemiologia: introdução e conceitos. In: NEVES, D. P.; MELO, A. L.; GENARO, O.; LINARDI, P. M (org). Parasitologia humana. 10. Ed. São Paulo: Atheneu, 2000, p. 10-20.
CHIEFFI, P. P.; AMATO, V. N. Vermes, verminoses e a saúde pública. Ciência e Cultura, Campinas, v. 55, n. 1, p. 41-43, 2003.
DALL’AGNOL, C. M.; FERNANDES, F. S. Saúde e autocuidado entre catadores de lixo: Vivências no trabalho em uma cooperativa de lixo reciclável. Rev. Latinoam Enfermagem, São Paulo, v. 15, n. especial, 2007.
FAUST, E. C. et al. Um estudo crítico de técnicas de laboratório clínico para o diagnóstico de cistos de protozoários e ovos de helmintos em fezes. Revista Americana de Medicina Tropical e Higiene, Uberaba, v. 18, n. 2, p. 169-183, 1938.
FERREIRA, M. U.; FERREIRA, C. S., MONTEIRO, C. A. Tendência secular das parasitoses intestinais na infância na cidade de São Paulo. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 34, n. 6, p. 73-82, 2000.
GOUVEIA, N. Resíduos sólidos urbanos: impactos socioambientais e perspectiva de manejo sustentável com inclusão social. Ciência & Saúde Coletiva. n. 17, v. 6, p. 1503-1510, 2012.
HERNANDES, J. C. Estudo de Coorte: Aspectos socioambientais e parasitológicos de catadores de material reciclável de Cooperativas do Município de Pelotas-RS. 2016. 97 f. Tese (Doutorado em Parasitologia). Curso de Pós-Graduação em Parasitologia, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2016.
HIGA, M. G. J. Enteroparasitos em catadores de materiais recicláveis em Campo Grande-MS. 2016. 42 f. Dissertação (Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias).
Faculdade de Medicina. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2016.
HOFFMANN, R. P. Diagnóstico de Parasitismo Veterinário. Porto Alegre: Sulina, 1987.
JACOBI, P. R.; BESEN, G. R. Gestão de resíduos sólidos na região metropolitana de São Paulo - avanços e desafios. Revista São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 20, n. 2, p. 90-104, 2006.
KNAIPPE, F; TANUS, R. Prevalência de giardíase e flutuação sazonal em uma amostra da população urbana da região centro-oeste do Brasil. Revista Brasileira Farmacêutica, Rio de Janeiro, v. 73, n. 2. p. 33-34, 1992.
MACIEL, R. H. et. al. Precariedade do trabalho e da vida de catadores de recicláveis em Fortaleza, CE. Arquivos Brasileiros de Psicologia, Rio de Janeiro, v. 63, n. especial, p. 1-104, 2011.
ORTÍZ, B. Los nuevos recolectores: los Guahibos recicladores de basura en Ciudad Bolívar. Boletim Antropologia, Fortaleza, v. 20, n. 54, p. 483-498, 2002.
PERELMAN, M. D. Memories of la quema. Memórias de la quema: o cirujeo em Buenos Aires trinta anos depois. Revista MANA, Rio de Janeiro, v. 16, n. 2, p. 375-399, 2010.
PORTO, M. F. S. et. al. Lixo, trabalho e saúde: um estudo de caso com catadores em um aterro metropolitano no Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 6, 2004.
REY, L. Parasitologia - parasitos e doenças parasitárias do homem nas Américas e na África. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
SANTOS, J. F. et. al. Estudo das parasitoses intestinais na comunidade carente dos bairros periféricos do município de Feira de Santana (BA). Sitientibus, Feira de Santana, v. 20, p. 55-67, 1999.
SILVA, J.C.; FURTADO, L.F.V.; FERRO, T.C..; BEZERRA, K.C.; BORGES, E.P.; MELO, A.C.F.L. Parasitismo por Ascaris lumbricoides e seus aspectos epidemiológicos em crianças do Estado do Maranhão. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. v. 44, n. 1, p. 100-102, 2011.
STERCHILE, S. P. W.; BATISTA, A. O espaço da cooperativa “amigos do meio ambiente”: cooperativa de trabalho ou cooperfraude? Serviço Social & Sociedade, n. 106, p. 314-334, 2011.
TEIXEIRA, J. C; HELLER, L. Fatores ambientais associados às helmintoses intestinais em áreas de assentamento subnormal, Juiz de Fora, MG. Engenharia Sanitária e Ambiental. Minas Gerais, v. 9, n. 4, p. 301-305, 2004.
VELLOSO, M. P. Os catadores de lixo e o processo de emancipação social. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 10, p. 49-61, 2005.
WHO. World Health Organization. The global of burden of disease: 2004 update. 160p. 2008. Disponível em: www.who.int/healthinfo/global_burden_disease/GBD_report_2004update_full.pdf. Acesso em: out. 2016.
A revista se reserva o direito de efetuar nos originais alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores. As provas finais não serão enviadas aos autores. O Conselho Editorial não se responsabiliza por opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos publicados. Os trabalhos aceitos para publicação passam a ser de propriedade da Expressa Extensão, não podendo, o autor, reclamar, em qualquer época ou sob qualquer pretexto,remuneração ou indenização pela publicação. A reimpressão, total ou parcial, dos trabalhos publicados é sujeita à autorização expressa da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura. OBS. Cabe(m) ao(s) autor(es) as devidas autorizações de uso de imagens com direito autoral protegido (Lei nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998), que se realizará com o aceite no ato do preenchimento da ficha de inscrição via web.
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
