Phrometeu / prometeu
O transe, o poder e a gênese no titã de Glauber Rocha e Murilo Mendes
Resumo
O mito de Prometeu na literatura de Hesíodo (em Teogonia e em O trabalho e os dias) e de Ésquilo (em Prometeu acorrentado) encena manifestações diversas da origem da cultura, ora como a instauração do progresso pelo roubo do fogo, ora como a aproximação entre o titã e os homens graças ao ato criminoso e à punição tirânica de Zeus. Focaremos duas versões do mito na literatura brasileira, a de Glauber Rocha em Riverão Sussuarana (1978) e a de Murilo Mendes no poema “Novíssimo Prometeu”, de O visionário (1941), a partir da noção nietzschiana da genealogia — compreendida como o conflito entre potências opostas e a irrupção de um começo imprevisível na história. Ao lado dos surrealistas dissidentes do Colégio de Sociologia, Mendes e Rocha conceberam Prometeu, respectivamente, como uma origem bipolar, descentralizadora do cânone da literatura, e como um revolucionário em conflito com o poder dos Estados ditatoriais.Downloads
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