Pluralidade cultural nos parâmetros curriculares nacionais

uma diversidade de vozes

  • Dayala Paiva de Medeiros Vargens Universidade Federal Fluminense
  • Luciana Maria Almeida de Freitas Universidade Federal Fluminense
Palavras-chave: Pluralidade cultural, Parâmetros curriculares nacionais, Heterogeneidade enunciativa, Modalização autonímica

Resumo

O objetivo deste artigo é refletir sobre os sentidos atribuídos à “pluralidade cultural” no volume dedicado a esse tema transversal nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL/SEF,1998a).Como marco teórico, lançamos mão da concepção dialógica da linguagem (Bakhtin, 2003; 2004) e de perspectivas enunciativas (Authier- Revuz, 1982; 1998; Maingueneau, 1997; 2002). Para analisar os discursos e os sentidos que constroem o tema da pluralidade cultural nos PCNs, utilizaremos o conceito de heterogeneidade discursiva operacionalizado por Authier-Revuz (1982; 1998; 2004). Dentre os diferentes tipos de manifestações da heterogeneidade mostrada, voltamo-nos para o uso da modalização autonímica, mais especificamente o uso das aspas, marca que reflete a diversidade de vozes que constituem os enunciados e se mostra como importante categoria de análise para os estudos enunciativos. O estudo levou à conclusão de que no documento analisado não há qualquer tipo de menção à ambigüidade cultural e às relações historicamente construídas entre grupos e indivíduos.

Biografia do Autor

Dayala Paiva de Medeiros Vargens, Universidade Federal Fluminense
Concluiu o mestrado em Letras (Área de Lingüística) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ- em 2005 e, atualmente, é doutoranda do Programa de Línguas Neolatinas da Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ. É professora da Universidade Federal Fluminense e atua na Prática de Ensino e Pesquisa em Línguas Estrangeiras Modernas. Em suas atividades profissionais interagiu com diversos colaboradores em co-autorias de trabalhos científicos. Em seu currículo Lattes, os termos mais freqüentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: Ensino de Espanhol, Gêneros do discurso, Dialogismo, Ciências do Trabalho e Discurso.
Luciana Maria Almeida de Freitas, Universidade Federal Fluminense
É docente da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense. Atua no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem, na Linha de Pesquisa Estudos aplicados de linguagem, e na Graduação em Letras, lecionando disciplinas de Prática de Ensino, especialmente de Língua Espanhola. É doutora em Letras Neolatinas (Língua Espanhola) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestra em Lingüística pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, bem como graduada em Letras (Português-Espanhol) e em História. Lidera o Grupo de Pesquisa Práticas de linguagem, trabalho e formação docente (UFF) e participa como pesquisadora dos grupos Práticas de Linguagem e discursividade (PraLinS-UERJ) e Atelier (PUC-SP). Integra o GT da Anpoll Linguagem, Enunciação e Trabalho. Suas investigações envolvem questões relativas ao ensino de Espanhol sob a perspectiva teórica do dialogismo bakhtiniano e dos estudos sobre o trabalho.
Publicado
2019-03-15
Como Citar
Vargens, D. P. de M., & Freitas, L. M. A. de. (2019). Pluralidade cultural nos parâmetros curriculares nacionais: uma diversidade de vozes. Revista Linguagem & Ensino, 12(2), 373-391. https://doi.org/10.15210/rle.v12i2.15715