Da subjetividade na linguagem fotográfica
As categorias de pessoa e não-pessoa na narração de si
Resumo
Este trabalho interroga-se quanto ao lugar da linguagem fotográfica no contexto da economia das trocas simbólicas no cenário contemporâneo, acentuadamente marcada pela presença de imagens (notadamente autorretratos) postadas, compartilhadas e comentadas em redes sociais. Entende-se, com Benveniste (1989; 1995), que a mobilização de diferentes sistemas semióticos para construção de um sentido nunca tem um mesmo efeito, tendo em vista que não há sobreposição de sistemas e que o sistema da língua é o principal entre todas as formas simbólicas humanas. Assim, se o sujeito contemporâneo tem sua subjetividade expressa fortemente por meio do recurso a uma linguagem de base representacional mais icônica, temos o que parece ser uma enunciação sem diálogo, pois que esvazia o caráter de alteridade ao tornar o “eu”, pessoa que enuncia, em um “ele”, não-pessoa (BENVENISTE, 1995), em virtude do caráter de exposição apontado por Han (2017).Referências
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