Walter Benjamin. A política do tradutor

Palavras-chave: Walter Benjamin, Tradução

Resumo

Este artigo propõe uma articulação crítica acerca texto de Walter Benjamin “A tarefa do tradutor” a partir de uma ideia que ele nos coloca: tradução e messianismo, forças de um por vir da vida e história, são de ordem politicamente ética, mas também de transgressão e profanação. A política do tradutor, assim, se apresenta através de suas decisões tradutórias e resulta em um processo de contaminação da obra original e sua tradução. Esse gesto pressupõe um encontro de hospitalidade incondicional. A intrusão do original na língua de tradução é um movimento de pura alteridade. A partir de Giorgio Agamben, temos a tarefa do tradutor como um ato de profanação. Jacques Derrida e Jean-Luc Nancy embasam a discussão teórica acerca da hospitalidade absoluta e da intrusão inerente à própria vida, intrínseca à tarefa política do tradutor.

Biografia do Autor

Helano Ribeiro, Universidade Federal da Paraíba
Professor do Curso de Bacharelado em Tradução da Universidade Federal da Paraíba

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Publicado
2021-01-28
Como Citar
Ribeiro, H. (2021). Walter Benjamin. A política do tradutor. Revista Linguagem & Ensino, 24(1), 138-148. https://doi.org/10.15210/rle.v24i1.20488