O pós-pandemia-covid 19 e o discurso jurídico

a justiça tá on?

  • Savana Goulart Serafim Tribunal de Justiça de Santa Catarina
  • Andréia da Silva Daltoé Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul
Palavras-chave: Pandemia de Covid-19, Oficial de Justiça, WhatsApp

Resumo

Considerando a problematização que fazemos sobre a relação entre Justiça e cidadão comum, neste trabalho discutiremos como tal relação foi (ou não foi) afetada pela reorganização do trabalho jurídico com a Pandemia de Covid-19. Em específico, investigaremos o trabalho desempenhado pelos Oficiais de Justiça, que, antes, entregavam as intimações de casa em casa e, com a Pandemia, passaram a desempenhar a função por aplicativos de mensagens. Objetivamos, então, investigar, a partir das normativas que regulamentaram a questão, como se dá o deslizamento dos sentidos normatizados da língua do Direito formal para um novo modo de enunciar no digital e se tal mudança nos diz de uma aproximação ou de um afastamento (ainda maior) entre a Justiça e o cidadão comum.

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Biografia do Autor

Savana Goulart Serafim, Tribunal de Justiça de Santa Catarina
Mestre em Ciências da Linguagem do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem – PPGCL da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL (2023). Bacharel em Direito (2007) e especialista em Função Social e Prática do Direito Público (2012) pela mesma instituição. Especialista em Ciência Política pelo Centro Universitário Internacional – UNINTER (2022). Oficiala de Justiça (servidora do Tribunal de Justiça de Santa Catarina/TJSC desde 2008).
Andréia da Silva Daltoé, Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul
Doutora em Letras (2011) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem – PPGCL da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL.

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Publicado
2025-01-16
Como Citar
Goulart Serafim, S., & da Silva Daltoé, A. (2025). O pós-pandemia-covid 19 e o discurso jurídico: a justiça tá on?. Revista Linguagem & Ensino, 27(3), 492-506. Recuperado de https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/rle/article/view/27832