Escrituras de gênero e políticas de différance
imundície verbal e letramentos de intervenção no cotidiano escolar
Palavras-chave:
Gênero social, Ideologias linguísticas, Letramentos, Desconstrução, Différance
Resumo
Em 2015, rumores de que o Colégio Pedro II havia instituído o uso do X como forma de apagar a diferença de gênero (gramatical e social) motivaram guerrilhas linguísticas (Cameron, 2012) entre especialistas e usuárixs comuns da linguagem. No mesmo ano, durante a semana de integração LGBT da UFRRJ, cartazes com desestabilizações linguísticas semelhantes, afixados nas portas dos banheiros do campus, causaram revolta entre discentes, docentes e funcionárixs. Nesse contexto, em diálogo com Derrida, aqui investigamos os discursos que o apagamento do gênero (gramatical) provocou na mídia e em instituições de ensino com o intuito de analisar a relação entre língua, sociedade, cidadania e letramentos. As análises partem do pressuposto de que a língua (e, sobretudo, aquilo que fazemos com ela e dizemos sobre ela) não pode ser vista como questão secundária se quisermos entender momentos históricos de turbulência social e política. Argumentamos que essas intervenções semióticas bagunçam as convenções linguísticas e o cotidiano escolar e, ao desafiar relações de poder, abrem possibilidades de “fazer a diferença”, de repetir a realidade de uma forma distinta, de (re)imaginar futuros e de (re)desenhar territórios de forma que estes não fiquem encerrados em práticas e conceitos fixos, puristas e acabados.
Publicado
2019-03-08
Como Citar
Borba, R., & Carvalho Lopes, A. (2019). Escrituras de gênero e políticas de différance: imundície verbal e letramentos de intervenção no cotidiano escolar. Revista Linguagem & Ensino, 21, 241-285. https://doi.org/10.15210/rle.v21i0.15198
Seção
Artigos
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