AS PATOLOGIAS SOCIAIS NA RELAÇÃO COM A INFÂNCIA
violências que persistem
Resumo
Este ensaio apresenta uma leitura hermenêutica e crítica das memórias e relações que se estabelecem com as diferentes infâncias que habitam o imaginário coletivo. Tem por objetivo repercutir as disposições (re)
produzidas nas relações com as crianças, notando algumas patologias sociais persistentes e desviantes da imagem de criança-sujeito de direitos. A partir dos escritos de Axel Honneth, discute-se como relações marcadas por violência e indiferença às crianças e suas subjetividades reproduzem patologias sociais. Recorre-se à obra literária Infância, de Graciliano Ramos (2020), para compor uma tessitura ético-estética e tensionar o horizonte normativo que sustenta as funções sociais de adultos e crianças, num mundo endurecido pelo poder, pelo trabalho e pela religião.
Referências
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