Alinhando à tese de Charles Goodwin: “o afásico é um falante competente que não pode falar”

Palavras-chave: Linguagem, Interação, Afasia

Resumo

Este estudo objetivou investigar a competência pragmático-interacional de um sujeito afásico, partindo de dados naturais de fala em interação e alinhando-se à tese de Charles Goodwin de que afásicos são falantes competentes que não podem falar. Nele, elegemos olhar para a performance de um sujeito afásico via estratégias discursivas por ele engenhosamente utilizadas para dar conta da comunicação com o outro. Para dar suporte às nossas escolhas teóricas e metodológicas, recorremos aos fundamentos do campo da Linguística Sociointeracional, área que se caracteriza por articular diferentes tradições de pesquisa, como a AC, a Linguística, a Antropologia (etnografia), a Sociologia, a Filosofia (Pragmática) (cf. Gumperz 1982). Seguindo esse caminho, foi possível observar que o sujeito afásico se engajou proativamente na interação, empenhando-se muito (e colaborativamente) para que os seus interlocutores o compreendessem, e, assim, de um modo extremamente habilidoso, mostrou sua grande competência pragmático-interacional em performances de um falante competente.

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Publicado
2019-05-06
Como Citar
Miranda de Oliveira, L., Gonçalves Dias, J., & Santos Leite, I. (2019). Alinhando à tese de Charles Goodwin: “o afásico é um falante competente que não pode falar”. Revista Linguagem & Ensino, 22(1), 310-336. https://doi.org/10.15210/rle.v22i1.16162