"A língua é ainda um sistema semiótico?" Notas sobre as últimas aulas de Émile Benveniste

  • Gérard Dessons
DOI: https://doi.org/10.15210/rle.v23i3.18920
Palavras-chave: Interpretância, Semântico, Semiótico

Resumo

Este artigo toma por objeto as Últimas aulas ministradas por Émile Benveniste no Collège de France nos anos 1968 e 1969. Coloca-se em evidência um dos fundamentos da antropologia de Benveniste, a ideia de que a linguagem é o “analisante” da sociedade e não o inverso. Esse fator de interpretância é o mais  importante na organização geral da humanidade, mas também nesta fala silenciosa que suscitam as obras de arte. Essa posição revela a existência de uma zona de incerteza na reflexão do linguista, pela qual o  estudo da linguagem não é mais redutível ao objetivismo racional do mundo semiótico, mas o ultrapassa necessariamente. Benveniste se coloca assim a duvidar do estatuto radicalmente semiológico da língua. À lógica de uma construção fechada e descontínua fundada sobre o signo, ele o põe uma lógica outra, aberta e contínua, fundada sobre o modelo da frase, própria somente ao sistema singular da língua, o semântico.

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Referências

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Publicado
2020-08-19
Como Citar
Dessons, G. (2020). "A língua é ainda um sistema semiótico?" Notas sobre as últimas aulas de Émile Benveniste. Revista Linguagem & Ensino, 23(3), 594-604. https://doi.org/10.15210/rle.v23i3.18920
Edição
v. 23 n. 3 (2020): Leituras de Émile Benveniste
Seção
Artigos
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