“A Deus sapinho”: quando a homonímia produz desordens e rasuras em um processo de escritura colaborativa

  • Cristina Felipeto Universidade Federal de Alagoas

Resumo

Este artigo tem por objetivo mostrar que a homonímia, fenômeno produtor de equívocos na língua, bascula o sistema e produz desordens que, se reconhecidas pelo escrevente-aprendiz, exigem um retorno sobre o que foi dito ou escrito, levando à produção de rasuras. Assim, os conceitos de acontecimento e desordem, propostos por Pétroff (2004) a partir da leitura dos manuscritos de Saussure, mostram-se teoricamente adequados para a análise de rasuras produzidas pela interferência da homonímia. Analisa-se um excerto de diálogo extraído de um processo de escritura colaborativa e inventiva ocorrida em sala de aula, da qual participam duas alunas do 2º ano de uma escola pública. Esta técnica de redação colaborativa favorece a verbalização de comentários, apreciações, justificativas e, sobretudo, reformulações orais referentes ao texto que está sendo escrito. Além disso, a filmagem e sua posterior transcrição permitem o acesso tanto ao registro escrito quanto ao oral e favorecem uma análise linguística mais precisa, em que o oral e o escrito encontram-se imbricados.

Biografia do Autor

Cristina Felipeto, Universidade Federal de Alagoas
Graduou-se Bacharel em Linguística pela UNICAMP (1993). FezMestrado (1996) e Doutorado (2002) em Linguística, na subárea de Fonologia, namesma universidade. É professora, desde 1997, na UNESP, câmpus de São José doRio Preto (SP), onde ministra disciplinas para graduação e pós-graduação. Ébolsista de produtividade em Pesquisa do CNPq, desde 2010. Tem experiência naárea de Linguística, com ênfase em Teoria e análise linguística, subárea defonologia. Tem pesquisado e orientado dissertações e teses sobre os seguintestemas: prosódia e processos segmentais; variação vocálica; fonologia eortografia; prosódia e pontuação.
Publicado
2019-03-13
Como Citar
Felipeto, C. (2019). “A Deus sapinho”: quando a homonímia produz desordens e rasuras em um processo de escritura colaborativa. Revista Linguagem & Ensino, 16(2), 327-342. https://doi.org/10.15210/rle.v16i2.15450