AUTOIMUNIDADE COMO PATOLOGIA SOCIAL DOCENTE NO ENSINO EM SAÚDE E SUA INTERFACE COM A AUTONOMIA DIDÁTICO-CIENTÍFICA
Um ensaio crítico
Resumo
A autoimunidade é uma patologia social que descreve o fechamento
da sociedade e do indivíduo em um limite de autoproteção contra
elementos estranhos. No contexto da educação em saúde, esse
fenômeno se manifesta quando o docente se encerra em seu domínio
de conhecimento, rejeitando a inovação, o que prejudica a si e ao
processo de aprendizagem. Essa postura, baseada erroneamente
na autonomia didático-científica, fragiliza a formação profissional.
Situações como essa exigem uma reflexão sobre este comportamento
compatível com a autoimunidade enquanto patologia social. A autonomia
didático-científica deve ser usada com sensatez e as instituições
têm a responsabilidade de observar e corrigir comportamentos que
prejudicam o bom desenvolvimento de um projeto pedagógico de
curso e criar mecanismos que resgatem o docente, levando-o a fazer
contribuição coletiva em prol do estudante.
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