v. 15 n. 28 (2023): Práticas Alimentares, Memórias e Mobilidades
No cenário contemporâneo, a globalização dos processos agrícolas e de industrialização dos alimentos constrói distâncias temporais e espaciais cada vez maiores entre produção e consumo, levando a homogeneização de hábitos alimentares. Tais cenários suscitam discussões sobre qualidade bioenergética dos alimentos, sobre saúde humana e animal, sobre impactos ambientais, entre outras. Ao mesmo tempo, ações de instituições governamentais e da sociedade civil, trazem aos debates e às práticas associadas aos alimentos, temas como conservação, patrimonialização e novos modelos de produção, distribuição e consumo.
É dentro deste contexto que se apresenta o dossiê Práticas Alimentares, Memórias e Mobilidades, buscando, ao assentar-se sobre os três eixos temáticos, criar um espaço para múltiplas abordagens acerca da alimentação. Diante de um problema que tem assolado uma considerável parte da população brasileira e mundial, partimos a discutir a alimentação enquanto função vitale enquanto política pública, a partir de conceitos como vulnerabilidade social, segurança e insegurança alimentar, e o que pode ser considerado “comer bem”, para determinado grupo social.